Considera-se o nosso construto cultural,
político e social, dos fundamentos da
nossa formação sócia histórica - e suas consequências, pela própria e cada vez mais crescente
desestruturação na “falsa” perspectiva e seus postulados democráticos, que
exige além mais do que a reflexão, más o partir para a ação sobre as profundas
fendas que o processo de mundialização vem produzindo na legitimidade moral da
eliminação do “outro” – do vale tudo”: como mudanças no padrão da violência nas
escolas públicas que englobam agora não só o vandalismo, mas também práticas de
agressões interpessoais (Spósito 2002).
Já é mais que fato que cidadania não se
aprende em campanhas esporádicas, em livros, e sim se constrói com o processo
de educação, é uma questão cultural. Quando falamos de educação, de processo,
falamos de família, comunidade, escola, sociedade, e isso é um ciclo que a tendência normal é o aprimoramento (de valores, de
produção de bens, de qualidade de vida, de identidade, de participação, de “fazer
parte”, e quando se fala da família, se fala do grupo –primário- mais
importante para a formação de uma sociedade saudável (famílias desestruturadas)2
= sociedade enferma.
E é este grupo base
que precisa ser cuidado com carinho, com atenção, com singularidade, pois são
vários os fatores que podem concorrer para uma situação de intervenção, de
ajuda (nunca de intromissão, por isso é importante o trabalho gradual comunitário
da educação sociocultural multi/ e interdisciplinar).
O alcoolismo, drogas,
transtornos mentais, desemprego, crises financeiras (que também pode ser uma
conseqüência), entre outros tantos, são concorrentes a desestruturação
familiar, ao “fracasso escolar”, a delinqüência, a uma cidadania estagnada e a
sociedade enferma, a um ciclo vicioso, que condena a gerações e gerações ao não
resgate até da simples dignidade de ser humano, com o que o é de direito e
dever.
Quando acima é
citado nosso “construto cultural”, isso não significa que este ciclo não possa
ser modificado, ou seja, que ainda tenha que ser movimentado por gerações com
os mesmos erros, caminhando para “idas sem opções de voltas”, já que
cientificamente está comprovado que quem faz o homem é o meio em que ele se
desarrolha, pois temos como incumbência, homens de consciência e de boa
vontade, a responsabilidade não somente de desenvolver tecnologias espaciais a
Miles de quilômetros tão longe, quando se olharmos a poucos metros, a nossa frente,
veremos o quanto se há de fazer!
Solange Cordeiro Mor
“Si uma sociedade espera alcançar a renovação, ela
tem que ser um ambiente hospitaleiro para mulheres e homens criativos. Tem também
que produzir pessoas com a capacidade de auto-renovação. Más a renovação - da
sociedade e dos indivíduos - depende, em alguma medida, da motivação, do
compromisso, da convicção, os valores pelos quais as pessoas vivem pelas coisas
que dão sentido à suas vidas.”